Você costuma se sentir cansado quando o fim do ano se aproxima? Quanto mais as festas da época se aproximam, mais pessoas parecem funcionar na reserva, apresentando sinais como cansaço, estresse e irritabilidade. Para gestores o desafio pode ser ainda maior. Afinal, como liderar quando todos estão cansados?

Líderes em empresas, sejam eles diretores, coordenadores, gerentes ou outros postos de liderança, têm um desafio duplo: além de se motivarem, precisam incentivar a equipe a se manter bem-disposta durante todo o ano. Isso ocorre nos mais diferentes segmentos e em diferentes culturas organizacionais. É como se a decoração de Natal viesse acompanhada de uma fadiga típica da época – agravada após quase dois anos de pandemia.

Há um sentimento generalizado de postergar tudo para o próximo ano, como se a meia-noite do dia 1º de janeiro viesse acompanhada de uma energia mágica que resolverá todos os problemas. Sabemos que isso não é bem assim e que a vida é contínua, portanto, o que se resolve agora se torna um assunto a menos para lidar no próximo ano.

No início do ano as pessoas parecem abastecidas de adrenalina, que as torna mais proativas. O que se precisa nos últimos meses deste mesmo ano é de resiliência, de estamina, daquela nossa capacidade vital de se manter resistente, como se estivéssemos correndo uma maratona.

Mas cultivar esta resiliência exige uma recalibragem emocional e um apelo diferente às equipes e colegas. Num âmbito profissional, a principal tarefa é identificar quais serão os seus maiores desafios no próximo ano e estabelecer a estamina psicológica que você e o seu time precisarão para alcançar as metas. E isso se faz agora, não após a queima dos fogos no réveillon.

Listamos a seguir algumas dicas de como fazer isso e manter o moral da equipe elevado antes do fim do ano:

1. Não deixe para o ano que vem o que você pode resolver (ou encaminhar) hoje

Pode até parecer óbvio, mas é incrível o número de pessoas e empresas (até mesmo as grandes) que postergam seus maiores desafios – e o fim do ano parece uma época particularmente atraente para isso. Uma dica da escritora Catherine Ryan Hyde quando se sente empacada em alguma das suas histórias é a de se esforçar para escrever pelo menos uma frase ou parágrafo do que vem a seguir. O resultado geralmente se reflete em páginas escritas e um problema a menos para resolver.

Todos sabemos o quão revigorante o descanso pode ser nas horas de folga, mas quando ele ocorre no trabalho o tiro pode sair pela culatra. Em soldados, por exemplo, já foi observado que o que causa mais estresse é o tédio de esperar pela próxima batalha do que o combate em si. Por isso, pense na sensação de alívio que sentimos após resolver, ou pelo menos encaminhar, uma grande tarefa. Passar as festas de fim de ano sem pensar naquela batalha adiada é muito mais revigorante do que entrar em férias com a cabeça nos problemas que lhe aguardam quando retornar.

2. Equilibre empatia, vulnerabilidade e espírito de equipe

Para agir é preciso se sentir motivado a agir. Só que para isso é preciso ter empatia. Após quase dois anos de pandemia, as pessoas se sentem particularmente esgotadas, seja pelo isolamento, reinvenção de rotinas pessoais e de trabalho e a incerteza de quando (e se) tudo isso realmente vai acabar. Nunca se falou tanto em saúde mental, principalmente no ambiente profissional.

Líderes precisam lidar com este assunto com a seriedade que ele merece e agir a respeito o quanto antes. Desde o início da pandemia as pessoas precisam de um ambiente mais acolhedor. Por isso, além das planilhas e timesheets, é necessário promover um espaço convidativo a conversas não apenas sobre o trabalho, mas sobre as pessoas. Sobre as incertezas, desafios e desconfortos que cada uma pode sentir.

Existem algumas maneiras de fazer isso: assumir que você não sabe como as pessoas na sua equipe se sentem e pedir que elas lhe contem; compartilhar as suas próprias angústias e mostrar certa vulnerabilidade, isso aproxima pessoas; reafirmar a confiança que você tem na sua equipe e lembrá-los que eles estão ali por mérito próprio, não apenas para executar tarefas.

Ainda neste aspecto, ofereça um ambiente estável, mas lembrando os colaboradores de que eles são parte essencial de tal estabilidade. Mostre que a estabilidade não tem a ver com ser passivo diante das circunstâncias, muito pelo contrário, é preciso que cada um faça a sua parte para que a roda continue girando.

Quando todos entenderem que estão literalmente no mesmo barco – não apenas de trabalho, mas de frustrações e do próprio cansaço – utilize este sentimento compartilhado como um argumento para que todos se entendam e se ajudem a começar o próximo ano à frente dos desafios, e não correndo atrás deles.

3. Direcione a energia para ações

Um dos principais desafios nesta época é os líderes se manterem motivados e transmitirem esta energia à equipe. Mas esqueça aquele discurso de positividade tóxica, a comunicação aqui precisa ser mais assertiva, voltada ao que realmente pode ser feito diante das circunstâncias. As pessoas precisam de motivos mais específicos para manterem a energia alta.

A chave para isso é nunca permitir que reuniões e outras interações sejam entediantes ou automáticas. E energia não é algo que se ganha, mas algo que cada um gera dentro de si respondendo a estímulos. Eles podem ser: compartilhando histórias de sucesso, criar competições saudáveis entre a equipe, dividir projetos extensos em tarefas de rápida resolução, encurtando reuniões e investindo em uma comunicação honesta na qual as pessoas se sintam encorajadas a dar e a receber feedback.

As pessoas se tornam mais resilientes quando percebem que seus problemas, sejam projetos ou o cansaço em si, são temporários. É navegar pelo caos sem perder a sua essência e superando obstáculos. Se não acreditarmos que temos esta habilidade, é fácil se sentir paralisado e procrastinar aquilo que deve ser feito. Você já esteve aqui, você sabe o que acontece se deixar tudo para depois. Que tal fazer diferente e trazer a sua equipe com você?

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