Em pleno século 21 podemos afirmar: a transformação digital não é uma simples modernidade ou um diferencial no mercado, ela se tornou obrigação. Clientes e fornecedores estão cada vez mais conectados a ferramentas que garantam processos e ofereçam modalidades de compra que eram impensadas há alguns anos.

Uma pesquisa realizada pela Accenture descobriu que nos três anos que antecederam 2018 as empresas que adotaram a tecnologia para guiar seus negócios cresceram duas vezes mais rapidamente do que as demais. Atualmente, este crescimento chega a ser cinco vezes mais rápido. Ou seja, o risco nem é mais o de ficar para trás, mas de ser engolido pelo mercado de vez.

Mas afinal, no que consiste esta transformação digital? Engana-se quem pensa que isso se resume e utilizar alguns softwares e deixar tudo a cargo do setor de TI. As iniciativas tecnológicas em uma empresa devem ser multidisciplinares, passando por todos os setores, trazendo otimização de tempo, redução de custos e de margem de erros e criando canais com clientes, fornecedores, acionistas e com o mercado de maneira geral.

Estas vantagens são apenas as primeiras que vêm à mente quando o assunto envolve a transformação digital, mas o processo não para só aqui. As lideranças das empresas devem inspirar e empoderar toda a equipe para reimaginar o ambiente de trabalho, as necessidades dos clientes, a oferta dos produtos e serviços e até mesmo o propósito da organização.

Algumas dicas de especialistas publicadas na Harvard Business Review ajudam estes líderes a navegarem pelas etapas da transformação digital com estas dicas:

1. Transformação digital não é o mesmo que inovação

A inovação tecnológica dos últimos anos mudou drasticamente as nossas percepções de mercado, com e-commerce, redes sociais, internet móvel e serviços de streaming. Tudo isso passou a impactar fortemente a forma de fazer negócios na última década. Porém, é preciso entender que a transformação digital não está na inovação, mas sim em conseguir melhores resultados nos negócios.

Por isso, quando pensar em transformação digital não pense em quais plataformas ou tecnologias o seu negócio precisa, mas como você conseguiria oferecer produtos e serviços melhores aos seus clientes com o uso desta tecnologia. Outra forma de pensar desta maneira é se questionar como a inteligência artificial poderia melhorar a experiência dos colaboradores para que a empresa possa reter talentos. São estes objetivos que devem orientar a sua busca por tecnologia, e não o contrário.

2. Identifique os entusiastas

Toda mudança encontra resistência, e com a transformação digital não é diferente. Esta objeção e o desejo por inércia pode vir de todos os níveis, desde os profissionais em cargos mais iniciantes até a diretoria. Felizmente, nem todo mundo pensa assim, então o importante é identificar quem são os entusiastas da transformação e aproveitá-los para fazer a mudança acontecer. Uma dica: comece pelos departamentos com o maior número de pessoas entusiasmadas.

A partir do momento em que mais pessoas estiverem empolgadas com a mudança, o processo envolve educação e convencimento por parte dos resistentes, mostrando as vantagens do novo modelo e também as ameaças às quais a empresa estará sujeita se não mudar algumas coisas.

3. Comece com alguma mudança-chave

Toda transformação é guiada por uma visão e um lugar aonde se quer chegar. Porém, termos tão abstratos nem sempre são facilmente absorvidos pelas pessoas, principalmente por aquelas que se opõem à ideia. Muitos precisarão ver a tal mudança obtendo algum sucesso antes de serem convencidos.

Por isso, a ideia é começar com alguma mudança-chave que prepare o caminho para uma transformação mais abrangente. Um exemplo é lançar determinada ferramenta apenas internamente, dependendo do tamanho da organização pode ser em apenas um setor, e mostrar aos demais os resultados obtidos naquele cenário micro, para, então, convencer as pessoas do que pode ser alcançado com um modelo mais abrangente.

4. Aproveite a transformação digital para reimaginar o negócio

A tecnologia não é o objetivo, mas sim um meio para atingir determinado objetivo. Ela precisa estar trabalhando para o negócio, e não o contrário. O valor da transformação digital não vai poder ser obtido por uma iniciativa isolada, por isso, o objetivo geral deve envolver uma reinvenção de larga escala do próprio negócio, transformando a maneira com que a empresa cria, entrega e capta seu valor de mercado.

A transformação digital não é sobre a tecnologia que será empregada na empresa, mas sobre como as pessoas da organização poderão enxergar de maneira diferente o que é feito, o que o mercado quer e quais oportunidades podem ser obtidas desta relação. Este tipo de epifania pode mudar completamente a maneira com que uma empresa faz negócios.

No fim das contas, o poder das ferramentas digitais não está meramente na redução de custos, na eficiência ou na agilidade obtida, mas sim em levantar outros tipos de perguntas pertinentes ao negócio. Ao explorar estas novas possibilidades, as empresas podem solucionar problemas mais complexos e criar um impacto mais significativo junto a clientes, colaboradores e aos públicos que atende.

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