Você lembra de como era a sua vida sem o Facebook e o Instagram? Mais do que plataformas de socialização, o Facebook uniu redes sociais e Marketing Digital de uma forma que obrigou muitos profissionais a repensarem suas estratégias. Já faz 16 anos que esta revolução está em andamento.
No começo a rede social de Mark Zuckerberg lembrava muito o então decadente Orkut: você se conecta aos seus amigos e, em vez de entrar em grupos de nomes bizarros, começa a curtir páginas de marcas e personalidades. Mas o que parecia apenas mais um passatempo on-line se transformou em uma potência da tecnologia e uma nova forma de se fazer negócios.
Isso porque Mark Zuckerberg e seu time passaram a captar informações que seus próprios usuários forneciam, mas não parou por aí. De forma inteligente, sua equipe passou a conhecer a fundo estas pessoas, a ponto de prever seus próximos passos, mantendo-se assim atualizado e relevante para os usuários. Uma arma poderosíssima para se fazer outra coisa: Marketing.
Evolução na forma de anunciar
Você pode não se lembrar, mas propaganda existe desde quase sempre no Facebook: em 2006 a empresa fechou sua primeira parceria comercial, com anúncios para um banco promover cartões de crédito. Estas propagandas apareciam na forma de banners, bem parecido com o que já acontece em outros sites.
Levou alguns anos para que o Facebook mudasse a sua política de anúncios, eliminando de vez os banners. A empresa não fez isso por acaso: eles mudaram o formato baseados em pesquisas que indicaram que 34% dos internautas não confiam em anúncios deste tipo. Além disso, o Facebook os considerava pouco efetivos: apenas 0,04% deles tinham chance de receber cliques.
Em abril de 2013 a empresa levou os anúncios a outro patamar: permitindo uma segmentação muito mais assertiva de público-alvo. A partir daquele ano os anunciantes puderam escolher quem seria impactado por suas campanhas com base em dados como localização, idade, interesses, nível escolar e interações com a página da empresa promovida. Estes filtros existem até hoje e são constantemente aperfeiçoados, entregando anúncios cada vez mais certeiros para a empresa e relevantes para o cliente.
Diferentemente da onda do Orkut, o Facebook também tem se mantido em dia com os interesses de seu público. Em 2012 ele comprou o Instagram, que estava em plena ascensão, e dois anos depois abocanhou o WhatsApp, um dos principais aplicativos de troca de mensagens. Até diante de possíveis “ameaças” de redes sociais que crescem significativamente a empresa se reinventa: diante da tentativa frustrada de compra do Snapchat, Zuckerberg e companhia simplesmente passaram a disponibilizar ferramentas quase idênticas às do concorrente – foi assim que surgiram os Stories.
Claro que nada disso passa gratuitamente. O Facebook é alvo de diversas investigações, desde o vazamento de dados de seus usuários até a prática de tentativa de eliminação de concorrentes. Ou seja, além de criar soluções a rede social também criou problemas que até então não existiam, como por exemplo os questionamentos sobre a privacidade dos usuários, que desencadeou um movimento mundial de leis sobre o tema.
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Como o Facebook mudou o Marketing de quatro maneiras
Para o bem ou para o mal, o mundo do Marketing não é o mesmo desde que este gigante da tecnologia entrou na briga por anúncios. A seguir listamos algumas das principais mudanças que surgiram na “Era do Facebook”:
1.Vídeos por todas as partes
Um dos formatos de anúncios que mais se destacou com o advento da rede social foi o vídeo. Acompanhando o sucesso do concorrente Google, por meio do Youtube, hoje o Facebook já se posiciona como um grande player dos conteúdos em vídeo – mesmo tendo chegado um pouco atrasado para esta festa.
O Facebook conseguiu alcançar esta competitividade através de muitos contratos com parceiros da mídia e celebridades. Ele também popularizou formatos como vídeos em 360º, uma forma bem amigável de realidade virtual.
2.A forma como nos sentimos em relação à captação de dados
Hoje em dia é bem comum fornecermos nossos dados para ter acesso a serviços e conteúdos. Ao longo dos anos a sociedade se tornou menos preocupada com que informações pessoais fornecia. A vantagem do Facebook é que ele nem precisa exigir muito de seus usuários, eles fornecem estas informações de bom-grado e nem percebem. O Facebook sabe onde você mora, por onde viaja, quem são seus amigos e do que você gosta – e usa isso para vender.
Somente agora, após vazamentos de dados utilizados na disseminação de fake news, é que algumas pessoas estão pensando um pouco mais sobre que informações está fornecendo e, principalmente, no que é feito com os dados. Mas a maioria ainda continua despreocupada em expor sua vida nas redes sociais.
3.Consumo de conteúdo
Lembra daquele tempo em que, para se manter informado, você acessava um portal de notícias, lia aquelas que lhe interessavam, assistia a um ou outro vídeo e depois seguia para outro site? O Facebook também mudou isso: hoje as pessoas utilizam o feed de notícias como um centralizador de conteúdo. Em vez de acessar os sites e navegar por suas notícias, basta rolar o feed para baixo e clicar apenas nos assuntos que lhe interessam.
Isso aumentou a taxa de rejeição nos sites e limitou o tipo de conteúdo consumido, já que o algoritmo da rede social tende a repetir aquilo que você já demonstrou interesse. Esta mania se escanear as chamadas também deu força à disseminação de notícias falsas. Muitas vezes por meio de chamadas sensacionalistas, tendenciosas e que nem sempre refletem o verdadeiro teor da matéria, as pessoas apenas leem os títulos da matéria, sem clicar no link, e saem disseminando informações falsas, incompletas ou equivocadas.
4.Segmentação de público
Conforme mencionamos anteriormente, o Facebook permite desde 2013 que você saiba exatamente para quem está anunciando. Junte isso ao fato de que a empresa coleta dados de seus usuários e entramos num campo de campanhas com resultados de mensuração bem mais precisas do que havia no Marketing tradicional.
Isso significa saber quantas pessoas foram alcançadas, quantas interagiram, clicaram no anúncio e até mesmo quantas delas completaram uma compra no site. Além dos resultados mais fáceis de mensurar, a forma de anunciar no Facebook também busca a otimização da verba: antigamente se gastava muito para anunciar para muita gente que nem sempre era o público-alvo do anunciante. Hoje a rede social já permite trabalhar com nichos muito específicos, inclusive de acordo com o momento da jornada de compra. Com a estratégia certa, o custo-benefício melhora consideravelmente.
Apesar das controvérsias, o Facebook tem se mantido um dos gigantes da tecnologia e do Marketing no mundo inteiro. Com a estratégia certa, ele é uma ferramenta poderosa na mão de grandes e pequeno anunciantes no que diz respeito a chegar ao seu público e, claro, vender.
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