Apoiar a causa LGBTQIA+ vai muito além de trocar os avatares das redes sociais por um fundo arco-íris durante dias ou meses que celebram a diversidade sexual e afetiva. Diversidade não é apenas uma bandeira para hastear somente quando for conveniente, mas algo que a sociedade, o que inclui empresas e marcas, deve buscar compreender de verdade e ser empática, para promover uma igualdade verdadeira.
Se você conhece o termo “pink money”, já está ciente de como muitas marcas se aproveitam de uma suposta bandeira inclusiva para lucrar em cima da causa LGBTQIA+. Realmente, é um público com participação expressiva na economia. A Parada LGBT+ realizada em São Paulo em 2022, após dois anos de hiato devido à pandemia, teve recorde de público, reunindo 4 milhões de pessoas. A rede hoteleira da capital paulista registrou 80% de ocupação, movimentando toda uma cadeia de serviços e comércio da cidade.
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Mesmo com uma participação tão viva na sociedade, pessoas LGBTQIA+ ainda enfrentam muitos obstáculos quando o assunto envolve inclusão. Além de todos os entraves burocráticos legais em assuntos como nome social, casamento, adoção e até doação de sangue, esse público ainda é pouco representado em peças publicitárias e até mesmo no desenvolvimento de produtos que os atendam adequadamente. Isso sem contar nos eternos estigmas, estereótipos e “brincadeiras” ofensivas que esse público enfrenta.
6 Passos para apoiar a causa LGBTQIA+ de verdade
Para as marcas, a responsabilidade de ser inclusiva vai além de campanhas que se afirmem dessa maneira. É importante observar que tipo de políticas e costumes corporativos são adotados no dia a dia. A marca tem algum tipo de discriminação na contratação ou na promoção dessas pessoas? O clima organizacional é respeitoso? Ela orienta seus colaboradores nesse sentido?
Veja a seguir o que as pessoas LGBTQIA+ esperam das marcas:
1. Seja coerente
Existem muitos discursos bonitos sobre inclusão e diversidade, mas que pouco valem se não forem aliados à prática. E não estamos falando apenas em doar recursos para organizações de apoio à causa, mas de fazer a diferença de verdade. Algumas ações envolvem treinamentos para aumentar o alcance daquela iniciativa, construir espaços ou melhorar os já existentes para ser mais inclusivo, enfim, verificar o que a empresa pode fazer de fato.
Antes de vestirem uma bandeira arco-íris e se autoafirmarem inclusivas e aliadas da causa, as marcas precisam fazer o dever de casa e ter autocrítica para saber se aquele discurso é coerente.
2. Tenha empatia com a causa
Mais do que conhecer, é preciso se colocar no lugar daquelas pessoas, e não como um mero observador. Para se conectar de verdade com o público LGBTQIA+ é preciso entendê-lo de verdade, buscando histórias e experiências verdadeiras em que ele seja o protagonista, gerando uma narrativa muito mais sincera. Por isso é tão importante contar com essas pessoas na sua equipe e dar voz a elas, é claro.
3. Comunique-se de maneira inclusiva
Simplifique a linguagem para que ela gere identificação com todos os públicos. Além disso, pesquise termos que possam ser ofensivos ou inadequados. Sempre utilize a empatia aqui. Não é porque você não vê problema em determinada expressão, que ela não seja desrespeitosa. Lembre-se: se você pisa no pé de alguém, o correto é pedir desculpa, e não sair dizendo que a pisada não doeu e que ela está exagerando. Essa dor não é sua. Se uma pessoa LGBTQIA+ se sentiu ofendida com algo que a sua marca fez, busque entender o erro, peça desculpas e utilize essa lição para melhorar nas próximas oportunidades.
4. Representatividade é ir além da norma
Lembre-se de que o próprio público LGBTQIA+ é absolutamente diverso, principalmente quando consideramos tudo o que pode englobar aquele “+” ali na sigla. Por isso, vá além dos estereótipos e da norma, uma vez que o seu produto ou serviço também é destinado a essa audiência. Carro e cerveja não são destinados exclusivamente a homens cis e cosméticos não são exclusividade de mulheres cis. Entenda a diversidade dentro da própria diversidade, descubra novos perfis e entenda que cada um deles também faz parte do seu público.
5. Enxergue a sigla com todas as suas diferenças realidades
Tudo começa pela compreensão, inclusive da própria sigla que define o movimento. Afinal, você sabe o que significa LGBTQIA+?
L – Lésbica
G – Gay
B – Bissexual
T – Travesti, transexual e transgênero
Q – Queer
I – Intersexual
A – Assexual ou aliados
+ – Inclui outras orientações sexuais, identidade e expressões de gênero
Ou seja, por mais que essa comunidade tenha uma agenda em comum, existem muitas realidades diferentes ali, que devem ser respeitadas em todas as suas particularidades.
6. Promova a informação e o diálogo
Ainda há um abismo gigante entre pessoas cis e hetero sobre a realidade LGBTQIA+. Aliás, até mesmo dentro da comunidade ainda há muita desinformação sobre as agendas. Por isso é tão importante promover informações assertivas e o diálogo. Não é feio perguntar, feio é generalizar e julgar sem saber do que se está falando. A marca pode atuar como mediadora e acabar aprendendo muito com essas conversas.
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